Cochonilha.
Cochonilhas são pequenos insetos parasitas originários do México. Estes insetos pertencem à ordem Hemiptera e são conhecidos por atacarem plantações causando muitas perdas agrícolas. São encontrados em aglomerações nas folhas, frutos, ramos e raízes das mais diversas plantas.
Existem várias espécies de cochonilhas que variam em tamanho, formato e coloração. Podem ter o corpo coberto por flocos brancos e aspecto farinhento, como também podem ser cerosas, de colorações variadas (laranja, verde, vermelho, marrom, etc.). Há espécies com formato semelhante a conchas de ostras, bolinhas, escamas, entre outros.
Para evitar a perda agrícola causada pelas cochonilhas, muitos utilizam inseticidas para controle. Porém algumas espécies de cochonilhas são resistentes a inseticidas, principalmente as que têm carapaça. A carapaça atua impedindo o contato da inseticida com o corpo do inseto. Um método muito efetivo para o controle de cochonilha é feito através de pulverizações de emulsões de sabão e óleo mineral.
Apesar de serem potentes ameaças as plantações (roubam a seiva e inoculam toxinas que provocam manchas, definhamento e morte de plantas), as cochonilhas se destacam também na produção de medicamentos (Ceroplastes ceriferus), verniz (Llaveia axin), cera (Ceroplastes ceriferus), laca (Laccifer lacca), e principalmente de corante carmim (Dactylopius coccus).
A espécie Dactylopius coccus vive principalmente em cactos do gênero Opuntia e mede de 2 a 5 milímetros de comprimento. Este inseto produz o ácido carmínico, uma hidroxiantapurina glucosídica vermelha, que é extremamente eficaz em repelir os potenciais predadores, como as joaninhas, vespas e formigas. O ácido carmínico é extraído do corpo e dos os ovos do inseto e é utilizado para a produção do famoso corante carmim de cochonilha, utilizado em larga escala pela indústria cosmética e alimentícia.
O corante de cochonilha é utilizado há muitos anos. No século 15, na América Central, o corante era muito utilizado para o tingimento de tecidos e se tornou uma importante fonte de exportação durante o período colonial. Corantes artificiais como a alizarina foram inventados no final do século 19, contribuindo para diminuição de corantes naturais. Porém com a descoberta dos prejuízos que estes corantes artificiais causavam a saúde (agentes cancerígenos), a produção de corantes naturais aumentou novamente.
O aumento da demanda pelos corantes de cochonilhas contribuiu para o cultivo destes insetos em vários países, com destaque para o Peru. Este corante é utilizado em sorvetes, coberturas, confeitos, cereais, refrigerantes, licores, geléias, sucos, gomas de mascar, sombras, batons, máscaras, etc. No entanto, muitos são contra a extração do corante das cochonilhas, visto que para se conseguir cerca de meio quilo de corante é necessário a morte de cerca de 70.000 insetos, o que é para muitas pessoas, antiético e cruel. Os insetos são mortos por imersão em água quente ou por exposição ao calor de um forno.