Bióloga Dra. Clair Aparecida Viecelli*
Biólogo Esp. Nelson Pagno Moreira**
Graduanda em Biologia Ulyana Meister de Resena***
*Diretora Técnica da Dedetizadora Brio Limp
** Diretor Administrativo da Dedetizadora Brio Limp
***Bolsista de Pesquisa da Dedetizadora Brio Limp
Você sabia que existe um termo para designar intoxicações por lagartas? Isso mesmo, ele se chama erucismo, refere-se quando entramos em contato com lagartas e há uma queimação provocada por seus pelos. Esses pelos são ligados à uma glândula secretora, na qual, libera uma substância urticante, que pode causar queimaduras ou lesões mais profundas em nossa pele (GALLO; NAKANO; SILVEIRA NETO; CARVALHO; BATISTA; BERTI FILHO; PARRA; ZUCCHI; ALVES; VENDRAMIN; MARCHINI; LOPES; OMOTO, 2002, p. 89).
A lagarta é umas das fases do ciclo de vida das borboletas e das mariposas. Insetos muito conhecidos por nós. Elas fazem parte do subfilo Traqueata, classe Insecta ou Hexapoda e da ordem dos Lepidópteras. De acordo com Ribeiro-costa; Rocha (2002, p.170), o ciclo de desenvolvimento desses animais é por holometabolia, isso significa que elas passam de ovo para larva (lagarta), viram pupa (quando elas ficam no casulo), até se tornarem adulto (borboleta/mariposa). Essa característica é uma adaptação incrível, pois assim, as diferentes fases de vida não competem por alimento. A lagarta possui peças bucais mastigadoras, diferentemente do adulto que apresentará peças bucais sugadoras, conhecidas como espirotrombas, capazes de coletar o néctar das flores.
Já foram identificadas cerca de 150.000 espécies conhecidas da ordem lepidóptera (GALLO; NAKANO; SILVEIRA NETO; CARVALHO; BATISTA; BERTI FILHO; PARRA; ZUCCHI; ALVES; VENDRAMIN; MARCHINI; LOPES; OMOTO, 2002, p. 89). Em muitos casos, apenas quando a espécie está em formato de larva, ela pode ocasionar queimações e feridas. Quando se torna adultos, no caso borboletas e mariposas, são inofensivas para aos seres humanos. Mas nem todas as lagartas são perigosas. “Lagartas das famílias Saturniidae e Megalopygidae possuem cerdas com glândulas de venenos associadas. Mas somente as lagartas do gênero Lonomia possuem uma peçonha capaz de causar quadros clínicos graves.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021)
Com a chegada do verão, a expansão das áreas urbanas, as queimadas e o desmatamento, tornou-se mais comum o contato com esses tipos de animais. Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2000 à 2018 no Paraná houve cerca de 13.912 casos de acidentes com lagartas. Um dos gêneros mais perigosos é o Lonomia. Entre 2000 a 2007 a região sul, foi a região com maior índice de acidentes, com uma maior frequência de casos (AZEVEDO, 2011, p. 128). A queimadura pode ocasionar dor intensa, vermelhidão, alergia, bolhas ou em casos mais graves até mesmo edemas, dispneia e convulsões.
Algumas medidas de proteção devem ser tomadas como ficar atento à folhas roídas, proteger-se ao sair para realizar alguma atividade no meio rural, sempre usando blusas de manga longa e estar atento ao encostar em troncos de árvores.
Segundo a Secretaria do estado do Paraná (SESA) não é recomendado aplicar qualquer tipo de substância no local da queimadura, como urina e ervas. É de extrema importância ir ao médico e se possível levar a lagarta causadora da queimadura para, assim, ter o tratamento mais adequado e eficiente. “O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon), específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por essas lagartas” (Ministério da Saúde).
A Brio Limp é uma empresa especializada no controle profissional de pragas urbanas, com responsáveis técnicos biólogos Pós-graduados, atuando com responsabilidade e segurança no manejo integrado de pragas.
Referências Bibliográficas
DA CRUZ, Ana Carolina Pinto; DE FREITAS BARBOLA, Ivana. Acidentes provocados por lagartas urticantes em Ponta Grossa–Paraná. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 22, n. 1, p. 30-39, 2016.
DE AZEVEDO, Thiago Salomão. DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRÁFICA DA OCORRENCIA DE ACIDENTES PROVOCADOS POR LAGARTAS DO GÊNERO LONOMIA, NO BRASIL, NO PERÍ ODO DE 2000 A 2007. Hygeia-Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v. 7, n. 13, 2011.
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, p. 89, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acidentes por animais peçonhentos: o que fazer e como evitar. Disponível em: <https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos> acesso: 13 de setembro de 2021.
PARANÁ. GOVERNO DO ESTADO. SECRETÁRIA DE SAÚDE. Acidentes por lagartas e mariposas. Disponível em: <https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Lagartas-e-Mariposas#> acesso: 12 de setembro de 2021.