Cachorros e gatos podem fazer muito bem à saúde de bebês e crianças. Além de estimular a afetividade e o sistema locomotor, pesquisas mostram que o convívio não causa alergias – e poderia até diminuir a incidência do problema. De acordo com estudo recente, publicado na revista “Clinical & Experimental Allergy”, crianças que convivem com estes animais desde o primeiro ano de vida tendem a ter menos sensibilidade a seus alérgenos. A pesquisa acompanhou a rotina de 565 participantes do nascimento à vida adulta.
De acordo com Renata Leivas, veterinária do Projeto Pêlo Próximo, “outros estudos mostram que a convivência diária com animais constrói crianças mais calmas e que fazem amizades com maior facilidade. Já aquelas que não gostam de animais ou os maltratam apresentam mais chance de desenvolver problemas emocionais ou distúrbios de comportamento”.
Crianças devem receber tarefas relacionadas aos animais.
Autora do livro “Mãe e Bebê: Uma Relação Pré-Natal”, a psicóloga Cristina Feijó explica que “os pais precisam designar tarefas aos filhos, relacionadas aos mascotes. A criança pode ficar responsável por trocar a água ou a ração e lembrar a mãe de passear com o pet. Essa atitude estimula o sentimento de doação e o vínculo afetivo com o animal, além de oferecer noções importantes sobre a necessidade de seguir regras”, explica a psicóloga.
Animais de estimação devem participar da recepção do bebê.
Renata Leivas diz que é preciso preparar os pets que já vivem na casa para a chegada do novo morador – nesse caso, o bebê. “O animal precisa ser socializado antes da chegada da criança. ”É possível colocar sons de choros de bebê pela casa, que são facilmente baixados da internet. Para donos que dormem com cães e gatos na cama, aconselho retirar esse hábito gradativamente, bem antes do nascimento”, dá a dica. Ela também orienta que os pets cheirem roupinhas, carrinho, brinquedos e tudo que envolva o universo do bebê.
Cães podem ser incluídos na volta da maternidade, “o cachorro pode ir até o lado de fora da porta e acompanhar a chegada do bebê.
Essa atitude faz muita diferença para condicionar o animal, já que ele não verá a criança como um invasor e, sim, um novo membro da família. Já os gatos não devem sair de casa. Para eles o ideal é cheirar o bebê assim que chegar", diz Renata.
Crianças precisam respeitar limites dos animais.
Segundo Cristina Feijó, “cabe aos pais explicar para os filhos que os pets não são brinquedos. Para evitar brincadeiras bruscas, que podem render arranhões ou mordidas, o ideal é mostrar que eles também têm hora para comer, dormir e se divertir, assim como nós. Impor limites e acompanhar as atividades das crianças com os mascotes são boas maneiras de promover essa convivência tão saudável e benéfica para a saúde das crianças”.